Guia para comprares a tua primeira SLR Digital

Oct 19 '14

Guia para comprares a tua primeira SLR Digital

Em 2010 resolvi escrever este texto que peço aos meus amigos para ler sempre que vêm ter comigo pedir opinião acerca de que máquina hão de comprar?
Traduzi e adaptei alguns textos de fotógrafos experientes e acrescentei os meus, é extenso mas simples e conclusivo. Portanto, se estão a pensar comprar uma máquina fotográfica, percam aqui uns minutos primeiro e talvez este texto vos ajude.

Vamos assumir que já fotografas há algum tempo com a tua compacta “aponta e dispara”, e que até tens tirado umas instantâneas bem engraçadas. Mas talvez te comeces a sentir um pouco limitado por aquilo de que câmara é capaz de fazer. Tens lido sobre fotografia, e há coisas que queres testar. Sentes que é altura de avançar.

Este guia vai ajudar-te a compreender algumas funções básicas das câmaras SLR Digitais ou DSLR (Digital SLR), e esperemos que te ajude a decidir por uma que se encaixe tanto na tua necessidade como orçamento.

 

O que é uma SLR? (DSLR)

Antes de começar, é importante frisar que nenhuma câmara vai fazer de ti um fotógrafo melhor. Independentemente de quão sofisticada ou dispendiosa seja! Dito isto, a tua câmara pode limitar o teu progresso e criatividade se não fizer aquilo que precisas que faça.

SLR é a sigla para “Single Lens Reflex”. Basicamente isto diz-nos que quando olhamos pelo visor, através de uma série de prismas e espelhos, vemos exactamente o que as lentes das nossas câmaras vêm. Estamos a ver através das lentes. Ao contrário de alguns visores (se a tua “compacta” até tiver um) que apenas mostra uma representação daquilo que as lentes vêm. O “D” apenas indica que é Digital em oposição às SLR de Filme.

Agora podes perguntar: “Porque quero eu ver através do visor? A minha “compacta” tem um LCD na parte de trás que faz essencialmente a mesma coisa.” Já tentaste olhar para o LCD num dia de sol brilhante com o sol por trás de ti? Ou fotografar numa praia com a areia toda a reflectir no LCD? Praticamente impossível não é. Ao usar o visor numa DSLR isolas o teu olho do sol e consegues ver exactamente como vai ser a tua imagem sem distracções. A primeira vantagem de uma DSLR.

As DSLR também te permitem mudar de lentes ao contrário das lentes das “compactas” que, enquanto capazes de fazer zoom, não podem ser trocadas por diferentes lentes especializadas. Eis a segunda grande vantagem.

As DSLR têm também um sensor digital maior do que o das “compactas”. Com isso obtém-se melhor qualidade, e menor ruído. Portanto, mesmo que aches uma “compacta” com os mesmos 10 megapixéis que a DSLR, a qualidade não tem comparação. Terceira vantagem.

 

Segura-a na Tua Mão

Mesmo acabando por comprar a tua DSLR numa loja online, deves considerar a hipótese de ir a uma loja e manusear a câmara para ver como se ajusta ao tamanho da tua mão e como te dás no acesso aos controlos.

As DSLR variam no tamanho desde as mais compactas às bastante grandes. Se tens mãos pequenas, algumas das maiores podem tornar-se desconfortáveis para usares e o contrário também, caso tenhas mãos grandes. Por isso experimenta primeiro – seja numa grande superfície ou até de preferência na tua loja de fotografia local, que pode ser uma fonte de conhecimento e de ajuda em decidir qual a câmara certa para ti, compra-a lá também. Não leves esse conselho de graça e compres noutro sítio qualquer ou esse estabelecimento poderá deixar de existir em breve.

Se comprares online, lembra-te do velho ditado: se parece bom demais para ser verdade, é bom demais para ser verdade. Quero dizer que se encontrares um sítio onde o preço é muito mais baixo do que qualquer outro está a vender, fica atento e informa-te bem antes de entregares o cartão de crédito.

Muitos não vendem novo na caixa, alguns sem garantia, outros sem nenhum acessório que vem por defeito e tentam depois vender-tos em separado. Alguns, tu nunca vais ver uma caixa a chegar à tua porta. Portanto pensa duas vezes antes de comprar o que pensas que é um incrível negócio. Se tiveres dúvidas, podes verificar online em sites como o resellerratings.com o que outros têm a dizer sobre a sua experiência.

 

Marcas

85% de todas as DSLR vendidas são vendidas principalmente por duas marcas: Canon e Nikon. Há também boas ofertas de outros fabricantes como Pentax, Olympus e Sony. Todos são excelentes fabricantes que estão no mercado há anos desde o tempo das câmaras de película (A Sony estava antes sob a alçada das marcas Minolta/Konica). Nenhum fabricante é melhor do que outro e todos têm os seus fortes e as suas fraquezas. Só tens de encontrar um que seja mais forte nas áreas mais importantes para ti.

Há frequentemente guerras acesas entre Nikonianos (utilizadores da Nikon) e Canonianos (utilizadores da Canon) sobre que marca é superior, nas quais eu recuso sempre entrar. Por acaso fotografo com Canon mas as minhas imagens não pareceriam diferentes se disparasse com uma Nikon. Nunca ouvi ninguém a visitar uma galeria fotográfica, dizer “Uau – Que grande disparo Nikon”, ou “Há magia Canon nesta fotografia”. Quando chega a esse ponto (grande impressão numa parede) ninguém sabe. É tudo sobre recursos, controlos e especificações que servem as tuas necessidades, não a popularidade da marca.

Então vamos ver algumas tecnologias e recursos de uma DSLR e falarei um pouco sobre as vantagens que as marcas podem ter em certas áreas. Mas a superioridade de uma marca sobre outra é muito aproximada, e estar à frente pode apenas depender do lançamento de um novo modelo nesse ano.

 

Megapixéis

Hoje em dia, a questão dos megapixéis (MP) é quase irrelevante. Quase todas as DSLR básicas que estão cá fora têm sensores de pelo menos 12 megapixéis. Megapixéis são meramente a quantidade total de luz em pixéis ou pontos que um sensor digital tem para fazer uma imagem. Ter mais não implica uma melhor imagem, apenas permite que esta seja aumentada para um tamanho maior. Mas 10MP é suficiente para quase todos os tamanhos de impressão que provavelmente farás nos dias de hoje.

Para descobrir o quão grande é bastante fácil. Nas especificações da tua câmara verás um Pixel x Pixel para especificar o tamanho da imagem. Será algo como isto numa Canon 450D – 12MP – 4272 x 2848. Pega nessas dimensões em pixels e divide por 300 que te dará 14,24 x 9,49 (polegadas). 1 polegada = 2,54 cm, dará 36,17 x 24,10 (centímetros).

Esse é o tamanho máximo em polegadas ou centímetros para uma Impressão Fine Art Qualidade de Museu para essa câmara. É esse o tamanho máximo de impressão para essa câmara? Não, de todo, de facto consegues fazer uma impressão até 107 x 71 cm a partir dessa câmara com muito boa qualidade que é grande o suficiente para a parede de qualquer um.

Portanto podes ver que se apenas vais imprimir em 10 x 15 ou 20 x 25, qualquer câmara por aí é suficiente para as tuas necessidades. De facto, se apenas envias fotos por e-mail ou para o Facebook, essas imagens são menores do que 1 MP portanto não é preciso preocupares-te. Uma vez que estás aqui para aprender e melhorar nas tuas fotografias, eu espero que vás querer imprimir umas 28 x 35 porreiras para expores nas tuas paredes!

Em alguns casos, muitos megapixéis podem mesmo ser um obstáculo. Se não tiveres um bom computador com um processador rápido e muita memória, podes nem conseguir processar uma imagem com os seus 21,2MP. E também, demasiados megapixéis até afectar negativamente a performance nos altos ISO numa câmara mais fraca. Por isso, embora os MP sejam importantes, não é a especificação que deve afectar a tua decisão numa DSLR básica.

 

Desempenho em ISO Elevados

ISO é a sensibilidade da câmara à luz. Quanto maior for a capacidade, e melhor desempenho dessa capacidade, melhor consegues disparar em situações de fraca luminosidade. Se fotografares sempre na rua e em dias de sol, ou em interiores com flash, esta pode não ser uma especificação com que precises de te preocupar.

Mas se quiseres fotografar acção, desporto, com a luz existente em interiores, casamentos onde o flash não é permitido ou cenas nocturnas na cidade, o desempenho dos ISO elevados vão ter muita importância para ti.

As DSLR mais básicas suportam ISO de 100 a 1600, onde 100 é para bastante luz e 1600 para pouca luz. À medida que vais vendo as várias linhas de produto dos fabricantes, verás aumentos do ISO mais elevado suportado; 3200, 6400 e até uns incríveis 12800 numa DSLR de consumidor! Mas lá porque essa câmara tem essa capacidade, não quer dizer que tenha um bom desempenho nesse ISO.

A maior parte das câmaras apenas conseguem produzir uma imagem com ruído aceitável num ISO abaixo do número máximo. A maioria das máquinas que suportam um ISO de 1600 apenas conseguem chegar até um ISO 400 sem obter demasiado ruído (o efeito negativo dos altos ISO) e mesmo aquelas que vão até aos 12800 provavelmente só conseguirão uns aproveitáveis 3200. Mesmo assim é um grande feito. Se esta é uma especificação que é importante para ti, talvez queiras consultar alguns sites de análise de câmaras para ver qual a que se sai melhor a este respeito.

 

LCD Grande e de Alta Resolução

Um LCD de 3” ou maior na parte de trás da tua máquina é um suplemento bem-vindo. Para rever as tuas fotos ou aumentá-las para verificar a focagem, facilita bastante ter um LCD grande e com Alta Resolução. Também ajuda para mostrar todos os menus da câmara com letras grandes facilitando a sua leitura e o ajuste de definições. Ajuda também se a câmara tiver um “Live View” do qual irei falar a seguir.

Live View

Alguns modelos de câmaras possuem “Live View” e, se tens usado uma “compacta”, já estás habituado a usá-lo. Permite-te usar o LCD da parte de trás da tua câmara para compor a foto e para fazer zoom e verificar o focus. Eu não sou grande fã disso (pois continuam a ser difíceis de usar em dias de sol forte) mas muitas pessoas adoram este recurso.

 

Frames Por Segundo (FPS)

O FPS é o número de imagens que a máquina é capaz de tirar de seguida com o botão de disparo pressionado e em modo “contínuo”. Se só fizeres uns “clicks” aqui e ali, ou tirares uns minutos para compor uma grande paisagem, isto não tem qualquer importância para ti. Mas se costumas fotografar desporto ou vida selvagem, isto será importante para a tua lista de captura de movimentos rápidos. 2 – 3 FPS será o normal, 8 FPS será bastante rápido.

 

Modo Vídeo

Algumas das novas DSLR oferecem hipótese de fazer vídeos em Alta Definição (ou aproximado à Alta Definição). Se isso é importante para ti é uma decisão pessoal, mas está a tornar-se numa função standard em muitas das mais populares DSLR entrada de gama.

 

Tamanho do Sensor

Há uns poucos sensores digitais diferentes da APS-C, que são os da maior parte das DSLR de consumo, até aos conhecidos como sensores de tamanho completo. Como este é um guia para a tua primeira DSLR não vou entrar em grandes detalhes. Há algumas vantagens nos sensores de tamanho completo, mas estes só se encontram nas câmaras profissionais ou semi-profissionais na faixa de preços mais alta, fora do âmbito deste guia.

 

Limpeza do Sensor

Um dos efeitos negativos de poder mudar de lentes é que com as lentes fora, a hipótese de entrar pó ou sujidade no sensor digital é muito maior. Aparecem como manchas difusas nas tuas imagens e podem ser bastante chatas. Por sorte, muitas câmaras vêm agora com um sistema de auto limpeza ou sistema de redução de poeiras que minimiza a sujidade no sensor, ou a necessidade de levar a câmara a uma loja para limpar.

 

Lentes

Não há acessório mais importante numa DSLR do que as lentes, ou a escolha de lentes. Se tens um orçamento muito apertado, talvez prefiras ficar pelo “kit” de lentes que vêm com a máquina. Se no entanto ainda te sobra algum dinheiro do orçamento, talvez queiras actualizar esse kit de lentes para um outro superior em qualidade.

De facto, as lentes são muito importantes, se estiveres a ponderar entre duas câmaras de preços diferentes, eu optaria pelo “corpo” mais fraco e em vez disso adquirir lentes melhores. Elas são assim importantes para a qualidade de imagem, nitidez e capacidade de uma rápida auto-focagem.

Há escolhas quase ilimitadas dos fabricantes de câmaras e também de algumas outras marcas como a Sigma, Tamron e Tokina. Grande parte das vezes arranjas boas lentes do fabricante da câmara. Podes poupar algum dinheiro adquirindo lentes das outras marcas. O único pequeno problema que podes vir a ter é relativo à compatibilidade do sistema de AF (Auto-focagem) na máquina porque o fabricante da lente não tem acesso directo aos dados de construção do fabricante da máquina.

Mas não deixes isto dissuadir-te de procurar lentes de outros fabricantes e ver algumas revisões sobre o material. Embora a maioria das minhas lentes sejam do mesmo fabricante da câmara, uma das minhas favoritas é de outra marca.

Vais querer começar com uma lente desde grande angular até zoom normal. A maioria dos kits de lentes situam-se nos 18-55mm. Isto permite-te fotografar paisagens na abertura maior (18mm) e depois fazer bons retratos na abertura normal (55mm). Se fotografas muito desporto ou vida selvagem, então talvez prefiras procurar lentes teleobjectivas de aberturas como 70-200mm. Isto permitir-te-á também fotografar uns retratos mais aproximados (cabeça e ombros a 70mm) bem como fazer zoom em objectos ou indivíduos distantes.

O melhor em termos de aquisição é comprar lentes que te permitem fazer zoom aproximado e longe com uma única lente. Mas há também as lentes fixas, ou “prime”. Com estas lentes não podes fazer zoom (tens de usar os pés) mas estas oferecem uma melhor qualidade de imagem em preços similares às de zoom. Uma boa aquisição nos catálogos da maior parte das marcas é a lente de 50mm a 1.8. Podem ser adquiridas a um preço baixo ($100 USD) e oferecem muito melhor nitidez em comparação com uma lente zoom.

Bastantes lentes agora vêm com IS “Image Stabilization” (estabilizador de imagem) ou VR “Vibration Reduction” (redução de vibração). Alguns fabricantes até os têm montados nas câmaras, em vez de ser nas lentes. Isto pode ajudar ao fotografar com pouca luz e sem usar tripé, resolvendo o problema daquelas imagens desfocadas. Tem atenção no entanto que nem o IR nem o VR ajudam a parar a acção.

Portanto, quer escolhas uma grande angular, uma teleobjectiva, uma macro, ou qualquer outra, uma quase infinita escolha de lentes é uma verdadeira vantagem numa DSLR.

 

Flashes

Praticamente todas as DSLR trazem um flash “pop-up” incorporado e estes são adequados para fotos de interior ou possivelmente para pequenos “enchimentos” no exterior. O problema é que tendem a parecer um pouco “estranhos”, têm pouca potência, e muitas vezes, apesar dos sistemas de “redução de olhos vermelhos”, diminuem a qualidade da imagem deixando os olhos vermelhos.

A solução é arranjar um flash externo que se monta no topo da tua câmara. Estes são mais potentes para que possas fotografar a uma distância maior do assunto. Também têm a capacidade de rodar e direccioná-los para as paredes ou tectos de forma que as imagens pareçam menos “artificiais”. E uma vez que o flash fica mais alto no topo da câmara, desvia a luz do plano das lentes e reduz a hipótese de obter olhos vermelhos.

Por vezes, até se pode usar estes flashes fora da câmara – e aqui é onde a Nikon está em “vantagem” até ao momento com o seu modo “Commander”. Apesar de que com o lançamento da Canon 7D, a Canon parece querer reduzir esse domínio com um novo sistema de flash fora da câmara que tenho a certeza que irá cair nos seus modelos de maior orçamento.

 

DSLR Básicas Para Se Iniciar

Aqui fica uma rápida selecção de câmaras de diferentes preços disponíveis neste momento. Eu digo “para se iniciar” porque uma vez que sejas “apanhado”, nunca será a tua última DSLR!

 

Canon

Os modelos base da Canon começam com a 1200D. Uma máquina com “Live View”, Limpeza de Sensor, 3 FPS. Podes avançar para a 700D e subir para 5 FPS, ISO máximo de 12800 e m ecrã móvel. Ambas com 18Mp e Filme em HD.

 

Nikon

As base da Nikon começam com a D3200, uma 24,2 MP, LCD de 3” com auto limpeza do sensor. Avançando para a D5300 obténs as funcionalidades de Wi-Fi e GPS, Video HD e um muito robusto sistema de Auto-Focus de 39 pontos. E um útil LCD rotativo – bom para aquelas fotos “câmara segura por cima da multidão”.

 

Olympus

A E-M10 é uma 16 MP com tecnologia Wi-fi e GPS que permite um controlo via smart-phone. As câmaras da Olympus vêm com estabilização de imagem (IS) incorporado para que tenhas controlo nas vibrações com qualquer lente que uses. Avança para a E-M1 e ganhas uma velocidade de disparo incrível 1/8000 segundo. Em ambas se consegue HDR na câmara.

 

Pentax

A K-50 é o ponto de partida da Pentax, com um Sensor de 16 MP, suporte até ISO 51200 e redução de vibração (SR) incorporado. A K-30 evolui para 7 FPS e saída HDMI. Ambas com capacidade de fazer verdadeiras HDR (high dynamic range) que ajuda a capturar aquelas difíceis imagens “luminoso para escuro”. Também torna a gravação de Video HD muito dócil.

 

Sony

A Alpha 3000 inicia a linha das DSLR da Sony, com 20,1 MP, ISO 16000. A SLT A-65 tem uns 24,3 MP e ainda GPS, 10 FPS e 15 pontos de foco e um “Live View” que mostra imagens vivas em qualquer ângulo.

 

 

 

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